quarta-feira, 2 de maio de 2007

QUaNdO o BarATO CUSTA caro


Quando o barato custa caro


Quando acordo pela manhã, percebo que mal abri os olhos e já estou atrasada. O dia mal começou, mas já deveria ter feito muitas coisas. Enquanto tomo banho estou pensando no que devo fazer hoje e no que deverei fazer amanhã, mas que pretendo que sejam feitas hoje também, para que amanhã eu faça as coisas de depois de amanhã e assim sucessivamente, e assim até perceber que o domingo terminou e que eu estou atrasada como na semana que passou.
Quando estou trabalhando estou correndo com meus pensamentos desordenados e cheios de obrigações que preciso cumprir sem saber o porquê. O mundo globalizado exige muita dinâmica, algo como, “chupar cana e assobiar ao mesmo tempo”. É ter que saber quanto está a cotação do dólar e pensar na crônica que terei que fazer na prova de Língua Portuguesa à noite. No trânsito, é preciso ouvir a CBN e nos faróis vermelhos ler a Veja e a Folha de São Paulo, é ouvir aulas de inglês no walkman, contanto que esteja num volume razoável para que se possa ouvir as buzinas e xingamentos, é preciso ser multimídia. É também preciso ser atenciosa, alegre e espirituosa, para que não nos tornemos uma máquina. É preciso que se tenha alma.
Tenho saudades da minha infância porque eu sonhava quando adormecia, conversava com meu cachorro, molhava as plantas da minha mãe e observava as estrelas. Maldita hora em que fechei os olhos e pedi com força à Papai do Céu que fizesse com que eu crescesse logo. Agora, as coisas mais simples e gostosas da vida me custam tão caro, e não se trata de dinheiro. Meu problema é tempo!

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