sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

EU TENHO CARA DE PALHAÇA?!!


ESTOU FURIOSA!
ABSURDAMENTE POSSESSA!!!
E, como não posso sair pela Paulista empunhando uma faixa de protesto sozinha porque os que deveriam me ajudar vão rir de mim e achar que faço parte do Casseta & Planeta, resolvi escrever, berrar minha indignação por meio de palavras esdrúxulas. Gritar contando com a solidariedade de cidadãos que devem sentir algo parecido com o que sinto.
SERÁ QUE EU TENHO CARA DE PALHAÇA?!!!
Eu pagava CPMF desde que comecei a trabalhar com carteira assinada e ter dinheiro no banco. A cada ano me perguntava alienada/afundada na “inocência” típica de brasileiro: “CPMF não significa Contribuição PROVISÓRIA sobre a Movimentação Financeira? Se é PROVISÓRIA por que pago isso há tanto tempo?” Mas esquecia assim que saia da frente do caixa eletrônico com dinheiro na mão... Até que eu voltava ao banco e constatava, aborrecida e impotente, que a cada movimentação do dinheiro que EU ganho por meio do MEU trabalho honesto eu enchia o bolso de algum político corrupto. De centavos e poucos reais o porco enche o rabo.
Será que não basta eu pagar INSS, IR, não sei mais quantos impostos inclusos em cada chiclete que eu masco ou em cada mercadoria que eu consumo? Não, sua idiota, não basta, você ainda tinha que contribuir com uma taxa que ficticiamente era destinada à saúde...
Eu nunca reclamei.

Por um milagre divino disfarçado de interesses políticos, a oposição do governo de um Lula-fantoche resolveu encrencar com a CPMF e finalmente bani-la.
Achei bonito, juro! tive um fio de esperança (a última que morre), talvez estivesse surgindo uma oposição de verdade (inocência?), uma capaz de mudar algo em benefício da população, ou seja, eu meu, em seu favor.
A votação foi emocionante, quase como uma partida de futebol (uma das poucas e verdadeiras paixões nacionais depois da cerveja e do pagode), lances emocionantes de discursos inflamados e... GOL!!! da oposição: extinguiu-se a CPMF e senti a sensação de que nem tudo é como o poder quer...
Então veio o governo lulista e disse: “Ah é?!! Tá bom, nós tiramos a CPMF sim, mas aumentaremos a IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de tal maneira que vocês prefeririam ficam com a CPMF...”
COLOQUEI MEU NARIZ DE BOZO e assisto a isso neste momento.
Não, sério mesmo... Eles realmente zoam com a nossa cara!!
E o pior de tudo: EU NÃO VOU FAZER NADA!!!
Eu queria, de verdade, saber o que acontece comigo e com as pessoas que aceitam esse tipo de imposição sem mover uma palha, sem protestar, sem dar um mísero pio. Fico achando que EU não entendo mais nada. O governo me rouba o tempo todo e o máximo que consigo fazer é escrever umas linhas porcas pra descrever o mínimo da minha pobre e insignificante indignação.
Será que só eu, na minha alienação-pseudo-burguesa, enxergo que esse país NÃO É UMA DEMOCRACIA, que tudo isso é imposição de poder, que isso é uma manipulação descarada porque está embaixo de nosso nariz de palhaço e não nos manifestamos de nenhuma forma contra?
MINHA GENTE... o que está acontecendo???
Este é só um ponto de uma lista de absurdos. Não conseguiria enumerar todos os problemas que me vêm à cabeça... Este desabafo se transformaria num muro imenso de lamentações. Mas, será que só sabemos nos lamuriar? Será que nunca seremos capazes de iniciar uma mudança maior do que o espaço que está ao alcance de nossas mãos???

Acho que por enquanto é isso. Estou cansada, vou dormir... amanhã é sábado e preciso estar bem pra tomar minha cervejinha (paixão nacional).

Abraços.
Ana Paula Enes.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

PEDRAS


Todo mundo carrega pedras nessa vida.
Uns talvez carreguem mais, talvez mais pesadas.
Outros talvez carreguem menos, mais leves... talvez.
Mas não se pode julgar o peso das pedras de ninguém.

As pedras são individuais e intransferíveis.
Cada um é responsável por livrar-se delas pelo caminho que percorre...
Ou...
Fazê-las multiplicar no colo enquanto dorme.

Pedras podem transformar-se em plumas
quando há disposição em carregá-las com coragem e honestidade.
As oportunidades – com suas mãos generosas – tiram pedras do colo, tornando o fardo mais leve e os passos mais rápidos.

Pedras podem transformar-se em chumbo
quando há preguiça em carregá-las.
As oportunidades se afastam, as pedras se acomodam no colo paralisando os movimentos.

Porém, as pedras não são apenas peso de ânimo,
Não são só pedras do caminho,
São inerentes à vida,
São peças que compõem esse imenso rodamoinho.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

BLOQUEIO-CRÔNICO-ESSENCIAL






BLOQUEIO-CRÔNICO-ESSENCIAL

Minha capacidade de concentração está comprometida.
Faz algum tempo que isso acontece...
Há algum tempo, acho que há alguns bons meses, eu não tinha tanta dificuldade em escrever, em colocar no papel peculiaridades do dia-a-dia, encantamentos do meu interior, episódios cômicos e trágicos... Tenho medo dessa falta de concentração, dessa falta do que dizer, dessa sensação de “não sei como dizer”. Juro que não quero me tornar uma analfabeta espiritual, mas, analfabeto é aquele que nunca teve a possibilidade de sair de sua ignorância escrita... eu já escrevi, não digo que bem, nem que ruim, mas aprendi de alguma forma a esboçar pensamentos e emoções numa superfície qualquer. Então o caso não é analfabetismo, talvez eu possa chamar isso de “bloqueio-crônico-essencial”. É uma nova doença inventada por mim, garanto que é grave... porque sou eu quem sinto, portanto, posso diagnosticar o que sinto. Nenhum médico seria capaz de descobrir minha moléstia, só eu, porque sou eu quem sofro de falta de concentração.
Essa falta... de concentração pode ser causada por um vírus feroz, que acomete as pessoas fúteis, imediatistas, preocupadas apenas com posições sociais e financeiras... pessoas... comuns, preocupadas com o mundo “moderno”. O “vírus-da-pessoa-comum” é devastador porque cega de tal maneira que não se assimila a importância das coisas que estão à frente, como o sorriso do dia, a estrela cadente, a nuvem em formas identificáveis, a borboleta que poucas vezes se vê na cidade, o olhar ingênuo de um desconhecido, o agradecimento por uma gentileza, o bom humor, o sentimento puro simplesmente, a canção ao fundo, o bom-dia dito com alegria, o telefonema de um amigo que não se tem notícias há tempos, o intervalo entre uma música e outra, a sonoridade do mar, o fechar os olhos tranqüilamente e sonhar. Estou tão cercada por pessoas “doentes” que acabo me contaminando, aliás, esqueci de dizer: é contagioso. Pessoas comuns são aquelas que levantam pela manhã reclamando por terem de se levantar cedo, tropeçam no chinelo por ainda não terem aberto os olhos, tomam o banho e escovam os dentes sem se olhar profundamente no espelho. Apertam suas gravatas ou calçam seus saltos altos e tomam um café obrigatório e rápido para não perderem tempo. Superficiais. O vírus que corrói a sensibilidade.
Tempo.
Tempo é o elemento-chave. Ultimamente é sobre ele que passo horas a pensar, é sobre ele minhas mais profundas divagações antes de o sono acometer-me e levar-me para o outro lado dele: o sonho. O tempo é minha grande preocupação porque ele ameaça meus projetos de vida rica em experiências... ele é o vilão de toda essa história. Mas depois trato dele com mais meticulosidade porque há muito que falar sobre esse tal... vilão e mocinho.
Agora falo da minha “doença”, a doença que estraçalha as sensações mais prazerosas, porém, as mais surdas que, se não forem devidamente sentidas, passam despercebidas e secam minha alma que precisa ser regada constantemente por sensações que parecem pequenas, mas são capazes de provocar estímulos internos e reflexões sobre mim... é por meio dessas reflexões, que se dão por meio de sensações, que tento me tornar UMA pessoa, não alguma pessoa comum. Cada um de nós precisa ser pessoa especial, ser única para si e para os outros, ser comum é ser como todos os outros, não quero ser como todos os outros, ninguém deveria querer ou se conformar com a condição de “pessoa comum”. A tal doença invade as entranhas dos sentimentos desprovidos de interesse, desprendidos de trocas levianas; essa moléstia ataca os detalhes do cotidiano, detalhes que são esquecidos por serem considerados antipráticos ou desproporcionais ao tempo que vai e não me espera. Lá vem o TEMPO novamente invadir uma conversa que não é dele... ainda não. Deixarei o tempo de lado, pelo menos por um instante, só o momento em que escrevo e, dentro desta escrita, tento angustiosamente buscar explicações ou, quem sabe, a cura para o meu bloqueio-crônico-essencial. Mas o tempo está aqui e ele corre... Não há como fugir.
O mundo me leva a concluir que refletir sobre a profundidade do meu ser é perda de tempo... e tempo é tempo... corre desesperadamente e, se não o acompanho, ele vai e eu fico. Junto a ele vão todos os artifícios que tentam justificar o mundo moderno e, se ele leva tudo com ele, fico à mercê de mim mesma. E é por isso que preciso ser forte, forte o suficiente para agüentar a responsabilidade de ir contra o TEMPO. Mas, não ir contra o tempo todo o tempo, apenas nos momentos em que eu precisar alimentar o espírito e o reeducar, fazer um processo de “reciclagem” para que não me esqueça do que realmente é belo e sincero.
Aos poucos estou conseguindo me concentrar.
Aos poucos volto a ter o domínio das palavras que saem de dentro de mim, despretensiosamente, mas querendo me convencer de que tenho salvação.
O que há de mais especial dentro do meu espírito sofrido por estar sedento de atenção está se manifestando e me dizendo algo muito importante que preciso relatar logo antes que me escapem as palavras que minha alma esboça neste momento: o TEMPO é o causador da minha doença... porém, só ELE é o antídoto contra esta moléstia que tanto me persegue. O TEMPO cura. Todos já ouvimos esse clichê e outros como: dar tempo ao tempo é a melhor maneira para se reconquistar pessoas ou coisas perdidas... inclusive a doçura das palavras benditas, as ternas sensações que podemos sentir todos os dias e não permitimos que se manifestem, os detalhes... a concentração em mim mesma para que, após breves momentos de reflexão, eu me torne um ser racional um pouco melhor... Por que não especial?... Deve-se sempre buscar o essencial.
Após um mergulho no interior que nem eu mesma conheço descobri que todo meu conteúdo adquirido com tanto esforço continua aqui... bem aqui, estava mesmo escondido, empoeirado e esquecido, mas resolvi pedir auxílio ao TEMPO antes que o bloqueio-crônico-essencial tomasse conta definitivamente de mim. Entramos num acordo: ele continua a correr como sempre fez, porém, eu pararei por alguns breves momentos durante todo o meu dia para ouvir o que tenho a dizer e, mesmo que ele não me espere, num futuro não muito distante, em que a idade cronológica e a maturidade do meu espírito me levarão, vou encontrá-lo, quando ele estiver cansado, e ficaremos juntos, pois, quando eu chegar lá saberei que O TEMPO SÓ CORRE PARA AQUELES QUE NÃO O SABEM APROVEITAR... SÓ A MATURIDADE ENSINA QUE O TEMPO SOMOS NÓS... nós somos o tempo que passa e leva consigo os progressos de uma humanidade doente que não sabe olhar para si e não pensa em ser especial, só alguém comum, cheia de valores ilusórios e dispensáveis.
Meu espírito ainda tem muito que aprender. Depois de muito refletir, consegui encontrar uma possível resposta, mas ainda não sei como alcançá-la porque vivo o conflito interior, o conflito entre o que o mundo me pede e o que eu posso dar.
Mas, estou feliz por saber que voltei a me concentrar.
Reconheço que não estou curada e, provavelmente, este tratamento se estenderá por muito tempo. Sinto estar no caminho certo, o caminho que me leva às pessoas especiais e me afasta das
pessoas comuns.

Continua... quando eu tiver um pouco mais de TEMPO...

Ana Paula Enes.
2002
2006



BOM DIA !!!


Espero que o seu dia esteja ensolarado ou, ao menos, o Sol pretenda iluminá-lo após uma noite, talvez, chuvosa e melancólica.

Estou vivendo o Outono, assim como a natureza em seu estado real. Dias frios sem variações climáticas nem emocionais, noites longas sem estrelas e sem sono, com chuvas ocasionais, de quando em quando tempestades no fim de semana deixando-me ilhada... rodeada de pensamentos (...), dúvidas (??!!), por todos os lados. Não gosto do Outono, nem do inverno agindo sobre a natureza nem sobre mim, mas precisamos passar por eles para chegarmos até a Primavera... . São estações e estações passam como tudo passa.

Gosto da Primavera porque sorri, não é indiferente como o Outono e nem frio como o inverno, é o equilíbrio. O Sol nos convida a enxergar as coisas bonitas expostas nos pequenos detalhes que insistimos não ver porque na maior parte do nosso tempo somos Outono ou Inverno...

Peço ao Sol que ilumine muito os meus dias e me dê noites estreladas com Luas enormes para que eu possa continuar enxergando os detalhes das coisas e das pessoas, que eu possa ver com mais nitidez o que muitos não se importam em perceber, que me faça entender o que eu não entendo e queria tanto saber.

Quero muito que o Sol nos faça melhores nesta Primavera. Que aqueça todas as pessoas boas e todos aqueles que gosto e que merecem caminhar guiados pela Luz poderosa do Astro que olha por nós. Que Ele venha radiante na Sua Primavera também e que seque seu espírito ainda molhado pela chuva do Outono e pelo frio do Inverno.

Ana Paula Enes

QUaNdO o BarATO CUSTA caro


Quando o barato custa caro


Quando acordo pela manhã, percebo que mal abri os olhos e já estou atrasada. O dia mal começou, mas já deveria ter feito muitas coisas. Enquanto tomo banho estou pensando no que devo fazer hoje e no que deverei fazer amanhã, mas que pretendo que sejam feitas hoje também, para que amanhã eu faça as coisas de depois de amanhã e assim sucessivamente, e assim até perceber que o domingo terminou e que eu estou atrasada como na semana que passou.
Quando estou trabalhando estou correndo com meus pensamentos desordenados e cheios de obrigações que preciso cumprir sem saber o porquê. O mundo globalizado exige muita dinâmica, algo como, “chupar cana e assobiar ao mesmo tempo”. É ter que saber quanto está a cotação do dólar e pensar na crônica que terei que fazer na prova de Língua Portuguesa à noite. No trânsito, é preciso ouvir a CBN e nos faróis vermelhos ler a Veja e a Folha de São Paulo, é ouvir aulas de inglês no walkman, contanto que esteja num volume razoável para que se possa ouvir as buzinas e xingamentos, é preciso ser multimídia. É também preciso ser atenciosa, alegre e espirituosa, para que não nos tornemos uma máquina. É preciso que se tenha alma.
Tenho saudades da minha infância porque eu sonhava quando adormecia, conversava com meu cachorro, molhava as plantas da minha mãe e observava as estrelas. Maldita hora em que fechei os olhos e pedi com força à Papai do Céu que fizesse com que eu crescesse logo. Agora, as coisas mais simples e gostosas da vida me custam tão caro, e não se trata de dinheiro. Meu problema é tempo!

primeira teoria sobre a origem dos anjos


PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ORIGEM DOS ANJOS

Anjos não surgem assim, de uma hora para outra no caminho das pessoas-comuns. Demoram, leva tempo prepará-los a contento, já que precisam atender às muitas necessidades dos que precisam ser iluminados. Missão difícil. Eles são colocados na Terra estrategicamente. Aparentemente, são como nós, pessoas-comuns, de carne e osso. Nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Nos intervalos entre um processo e outro eles vão à escola, trabalham, brincam, brigam, sorriem, choram, amam, sentem dor, ficam deprimidos, acham que, assim como nós, não conseguirão chegar a lugar nenhum e, muitas vezes, perguntam-se se realmente merecem a missão e se a estão cumprindo... isso quando sabem qual missão precisam cumprir. Na verdade, muitos nem sabem que são anjos. Eles sofrem como nós, mas possuem uma luz que os distinguem das pessoas-comuns.
Alguns renegam o título, tentam se esquivar dele, mas acabam assumindo a missão quando são colocados diante da pessoa-comum que precisam guiar. Pessoas-comuns são tão frágeis, tão instáveis, mais instáveis do que os próprios anjos que, vez ou outra, querem mandar tudo para o diabo que o carregue. Esperneiam e sentem o peso da responsabilidade de ajudar alguém-comum a encontrar o caminho... eles não sabem nem qual é o caminho deles! Mas eles acabam cumprindo a missão, claro que com remendos, com pausas breves ou longas, deixam a missão de lado por motivos diversos, mas sempre voltam a ela.
Por que sei tanto sobre anjos? Não sei, pressinto, ou melhor, observo-os porque não sou adivinha, sou uma pobre pessoa-comum em busca deles. Alguns surgiram em minha vida e espero que outros venham. Ah! Esqueci: anjos não são fiéis. Não adianta. Por mais que se queira tê-los, chegada a hora, eles se vão... cada missão é uma missão. É preciso treinar para perceber quando um anjo é anjo e não uma pessoa-comum disfarçada de anjo. Tem que olhar no fundo dos olhos, tem que ouvir com paciência, atentar-se às declarações, às opiniões, principalmente, às ações. Anjos, mesmo os rebeldes, são nobres, autênticos, honestos... firmam-se nos olhos da pessoa-comum e sorriem porque não têm nada a esconder, dizem as verdades deles com tanta sinceridade que se tornam verdades absolutas. O poder que os anjos possuem é indescritível e nem eles sabem o quanto são poderosos... e nem devem saber porque, se são tão confusos quanto nós, imagina no que o mundo se transformaria se eles soubessem que possuem o poder de indicar caminhos? Mas, isso é assunto para uma outra teoria.
Continuar...

Ana Paula Enes.

segunda teoria sobre a origem dos anjos


SEGUNDA TEORIA SOBRE A ORIGEM DOS ANJOS


Eles podem andar em bandos.
Voar seria o correto dizer, mas já que eles estão disfarçados de pessoas-comuns, andam, assim como eu... e possuem as mesmas dúvidas e angústias, assim como eu, porque não possuem a consciência de serem anjos. Mas eu sei.
Dou prosseguimento às minhas pesquisas intermináveis sobre a origem deles e sempre me deparo com uma surpresa. A de hoje? Eles, também, andam em bandos.
Por que será? Para não se perderem um dos outros e sentirem-se fracos diante da fragilidade de tantas pessoas-comuns? Ou para indicarem a essas pessoas, numa situação de emergência, o caminho menos tortuoso para se enxergar os detalhes que realmente importam e alcançar o que, de verdade, é relevante na vida de um ser-comum... como eu?
Hoje, sempre em busca de material para meus estudos transcendentais, tive um contato extraordinário com um bando deles, que me cercaram num bar qualquer... É, eles, por estarem disfarçados, disfarçam bem e até tomam cerveja e preparados mundanos e nos convencem de que estão até um pouco altos... e riem e conversam sobre assuntos de pessoas-comuns e declaram que vida de anjo não é fácil, é difícil percorrer o caminho dos seres especiais, porque é exigido deles mais, mais do que é exigido das pessoas-normais. O fardo é grande e eles, muitas vezes, precisam parar, respirar, olhar ao redor e se perguntar porque o fardo é grande já que desejam o mesmo que as pessoas-comuns!!! Normal questionarem... afinal de contas: eles não sabem que são anjos... bando de anjos que se completam... bando de anjos que fazem parte de minha vida-normal... e só eu sei que eles são anjos.
Mas, estou falando sobre a Segunda Teoria Sobre a Origem dos Anjos...
Pelo que pude constatar hoje, posso arriscar que eles nascem de uma bonita amizade, nascem da relação afetuosa entre um grupo de pessoas-especiais que se conhecem, se identificam e trocam experiências e se enriquecem, se enobrecem, se COMPLETAM e tornam-se anjos um dos outros... e de alguns seres-comuns escolhidos. Fui sorteada no dia 1 de agosto de 2001.
Conclusão: os Anjos nascem da Amizade.
Fiquei encantada com minha pesquisa de campo, hoje, 24 de outubro de 2004, quando um bando deles me cercou e entregou-me uma saudação que dizia assim:

“Às vezes nossa vida pode ser
dolorosa, chata, sem sentido,
sem valor, sem razão,
sem perspectiva, sem cor.
Nossa!!!
Parece até
uma novela Mexicana!
Nesses momentos,
Precisamos só de uma coisa:

AMIGOS... e isso não vai faltar nunca!!!”

Anjos guardiões da minha esperança... esperança de que um dia todas as pessoas- comuns, assim como eu, tenham anjos por perto, assim como eu os tenho.

Ana Paula Enes.